Páginas

terça-feira, 22 de outubro de 2013

JESUS ERA FARISEU?


P’rushim: vem do hebraico (פרושים), transliterado para o grego é pharisaioi e quer dizer Separados, e de forma definitiva em português Fariseus.

Farisaismo seita religiosa originária dos Chassidim (Piedosos), responsável por manter vivo o zelo pelas Escrituras, e a sua fiel observância como também a das tradições orais; Este grupo não permitiu que o estudo e esperança nas profecias messiânicas se perdessem com o tempo, principalmente no período entre a morte do último profeta Zacarias e o Levante Macabeu (167 A.e.c). Ao contrário do que se pensa nem todos os Fariseus eram hipócritas e legalistas cegos, muitos aceitaram os ensinos de Yeshua e o reconheceram como Messias.


Chassidicos: vem do termo hebraico Chassidim (חסידים) que é o plural de Chassid (חסיד) que em português é piedoso,

O Movimento Moderno Chassídico tem características pontuais que remetem à origem de tal designação que a partir da volta do exílio Babilônico na época dos Macabeus era dada aos responsáveis pela reestruturação do culto à D-us, e da observância das Lei de D-us dada a Moshé (Moisés) como também das Leis Rabínicas ou as chamadas Leis de cercas, instituídas no exílio para preservar a cultura e Tradições Judaicas, o termo Chassídico significa justo e piedoso.
O termo Fariseu significa separado, mas não em sentido de ascetismo de se isolar das pessoas, pois os Fariseus eram muito ligados a questão de humanidade, justiça e sociedade.

Separado do mundo portanto tem o sentido de busca de uma Santidade elevada e  de purificação se baseando nos preceitos da Lei de D-us, a Torah, que permite àqueles que a seguem, estar no mundo sem se contaminar com ele.

Os Chassidim tiveram uma grande influência no desenvolvimento do judaísmo rabínico e mais tarde no Judaísmo dito Messiânico que era o Judaísmo praticado pelos seguidores de Yeshua.

No Movimento dos fariseus e dos escribas, por seus membro se dedicarem desde munto cedo ao estudo constante da Torah, e por desenvolver uma forma muitos avançada de pedagogia através da exposição e ensinamento das Santas Escrituras, eram conhecidos como Doutores da Lei.

O escribas exerciam o ofício pioneiro de copistas das escrituras hebraicas e os fariseus foram os primeiros a decodificar e interpretar as Sanas Escrituras;  por sua preocupação em oferecer ao povo um lugar central para estudo e adoração em subsituição do Santo Templo destruído, foi se pavimentando em meio a reuniôes em casas privadas  a idéia do que mais tarde foi chamada de Sinagoga ou até hoje chamadas de Beit Knesset (casa de reunião), Beit Tefiláh (Casa de Oração) ou Shul ou ditas casas de estudos.

Os primeiros missionários ou proselitistas eram fariseus, eles andavam por todo Israel e fora de Israel pregando a palavra de D-us. Eles tinham por objetivo conservar a tradição dos patriarcas e ensinar a Lei de D-us aos judeus que haviam sido contaminados com outras culturas e até mesmo aqueles que não queriam saber de mais nada de religião.

Como não poderia ser diferente os membros do movimento farisaico eram pessoas muito zelosas e obediêntes à Lei Escrita de D-us, A Torah, procurando sempre doutrinar as todos pelos princípios e ensinamentos bíblicos, e no decorrer de séculos de interpretações e julgamentos se formou uma espécie de jurisprudência, a qual foi organizada pelos escribas e fariseus como num manual de regras e de condutas chamada de Halachá (הלכה) que significa literalmente "modo de andar".

Eles também conservavam com muito esmero tanto o insentivo como a forma de trasmissão de pai para filho de geração em gerações de toda a história do povo judeu e toda a tradição oral.

Os ensinamentos do farisaísmo, como já foi colocado, tiveram grande importância ao expressar à compreensão das escrituras a massa popular de Israel. Os fariseus formavam um grupo de pessoas que falavam a língua do povo, pessoas originarias do meio do povo (agricultores, sapateiros, pedreiros, alfaiates, marceneiros...)

Yeshua (ישוע) e o judaísmo.Jesus é judeu, nascido em Beit-Lechem (Belém) na terra de Israel, tem por registro de nascimento o nome hebraico Yeshua Ben Yossef , foi circuncidado no oitavo dia, cresceu e foi educado dentro dos costumes e da tradição da lei e da religião judaica.

Jesus (Yeshua) ao contrario do que muitos pensam e dizem nunca teve problema em guardar a tradição de seu povo e de ser um religioso, ele ia o templo, freqüentava sinagogas (casa de estudos), celebrava as festas bíblicas, se vestia como um judeu e se alimentava como um judeu.

É um costume da tradição judaica o menino quando faz 13 anos comparecer diante de um mestre para recitar um trecho da torah que corresponde o dia que ele nasceu (Bar Mitzvá), Jesus já com essa idade impressionou os grandes sábios do templo com seu conhecimento a cerca da lei de D-us. A bíblia diz que Jesus cresceu cheio do Espírito de Sabedoria, pois a graça de D'us estava sobre ele. Lc 2:39-40.

A relação de Yeshua (Jesus) com os Prushim (Fariseus)

O debate sempre foi muito comum entre os judeus, isso nunca foi um ponto de separação entre eles, pelo o contrário, geralmente todos os sábados os judeus freqüentavam as sinagogas para debater a respeito das escrituras e da lei de Moises. Existe até um ditado judaico que diz "onde tem dois judeus, existem pelo menos três opiniões diferentes".

No tempo de Jesus existiam muitas correntes dentro do judaísmo. Existiam além dos fariseus e escribas, os essênios, os zelotes, os saduceus, os herodianos, samaritanos e os judeus helenizados. Sem contar que Jerusalém havia sido tomada pelos os romanos e gregos, também tinham pagãos de todo tipo desde os gnósticos até ateus.

Jesus teve contato com pessoas de vários lugares e de todo tipo de crença possível. O mais intrigante é que a bíblia fundamenta o debate de Jesus justamente com os que mais conheciam da lei de Moises (fariseus, escribas e saduceus).

E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. (Lc 7:36).

Jesus era uma figura publica não tinha dificuldades em relacionar com seu povo e em aceitar convites para jantar, ele se assentava com escribas, fariseus, prostitutas, mendigos, pessoas ricas e pobres, centuriões romanos, cobradores de impostos, leprosos e todo tipo de pecadores. As pessoas gostavam de estar com Jesus, porque além dele ser um grande mestre, a sua presença era agradável.

Jesus pode ter sido um fariseu. Ele freqüentava as sinagogas, pregava e ensinava nos dias de sábado, temos até uma passagem no livro de Lucas 4:16-31 que diz que ele leu uma passagem da tanach em publico. Sabemos que isso é uma pratica totalmente farisaica, somente quem é fariseu é que pode fazer isso, caso ele não fosse um dos fariseus, eles jamais deixariam ele entrar, pregar e ler uma passagem dos profetas dentro de uma sinagoga, outro detalhe, Jesus também acreditava em tudo o que os fariseus acreditavam, as doutrinas de Jesus era a mesma doutrina dos fariseus, porém as interpretações de Jesus era diferentes e superiores aquilo que fariseus pregavam.

Jesus não era contra os fariseus, ele era contra a hipocrisia de alguns fariseus. Ao ponto de dizer no livro de Mateus 23:2-6 - Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem, e não praticam. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largas filactérias, e alargam as franjas dos seus vestidos, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas.O texto diz que devemos observar o que os fariseus pregam, porém não copiar o exemplo e as atitudes daqueles fariseus que se assentam na cadeira de Moises e alongam as franjas das roupas para parecerem mais santos. Ora, se Jesus fosse contra a doutrina dos fariseus porque ele está mandando os seus discípulos obedecer aquilo que os fariseus pregavam?

E os que tinham sido enviados eram dos fariseus; E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um, a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias. (João 1:24-27).Sabemos que João batista não era muito simpatizante com os fariseus, estudiosos dizem que ele era um essênio, pois vivia como tal, se alimentava de gafanhotos e de mel silvestre e ainda vivia em comunidades isoladas no deserto.

Os fariseus tinham tanques (Micvá) nas sinagogas, que serviam para rituais de purificação e de batismos (Imersão). A briga entre os fariseus e João batista se trava justamente neste ponto, pois se João batista não era fariseu, não era Elias e tão pouco o messias. Porque ele estava batizando as pessoas? Sendo, que os essênios não tinham esse costume. O fato intrigante para os fariseus era o motivo pelo qual João estava batizando as pessoas e anunciando o tão esperado salvador de Israel. Eles não sabiam que João batista tinha recebido a revelação da parte de D-us acerca de quem era o Messias.

Este texto me chamou muita a atenção a respeito do debate de João batista com um grupo de fariseus. Ora, se Jesus não era fariseu porque João batista está dizendo aos fariseus que no meio deles está um pelo qual eles não conhecem? João batista esta dizendo que no meio dos fariseus está um que ele mesmo não é digno de desatar as sandálias dos pés.

Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. (Lc 13:31).

Este é mais um texto que mostra que nem todos os fariseus eram inimigos de Jesus. Nesta passagem os fariseus estão alertando Jesus do plano de Herodes em querer matá-lo.

Assim como hoje existem boas e ruins em todos os segmentos da nossa sociedade (política, religião, comércio...), também naquela época não era diferente, existiram fariseus verdadeiros e justos, assim também como existiram fariseus mentirosos, hipócritas e injustos. Geralmente nós generalizamos todos os fariseus de hipócritas e legalistas justamente porque alguns era um espinho nas sandálias de Jesus, porém nos esquecemos que também existiram muitos fariseus bons e justos como Nicodemos, Jairo, José de Arimateia, Hillel, Simão, Gamaliel e até mesmo Paulo.

E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos. (Lc 19:39).

Os fariseus reconheciam em Jesus um grande rabi, que quer dizer mestre. Ora, os fariseus só chamavam de mestre alguém com que eles pudessem aprender acerca daquilo que eles eram e acreditavam. Outro detalhe é que somente os fariseus é que chamavam os seus mestres de rabi ou de rabone. Jesus foi e era chamado por estes dois títulos (Mt 23:7-8/Jo 1:49).

Os judeus de modo geral tinham no messias a figura de um rei, um libertador. Jerusalém estava sobre domínio dos romanos e vivendo um grande conflito político e religioso.

Segundo John L.Mackenzie, os fariseus "protestam" quando Jesus é saudado triunfadamente por seus discípulos e seguidores como um rei. Muitos na multidão imaginam Jesus dirigindo-se a Jerusalém para proclamar a queda do governador e tomar o poder. Lançam suas vestes diante de Jesus e de sua dignidade messiânica: Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! Enfim a Judéia voltaria a ser independente, sob o reinado de Yeshua bem Iossef, da dinastia de Davi, proclamado unanimente rei de Israel pelo o povo. "Alguns fariseus na multidão dizem: Rabi, repreende os teus discípulos". Não se trata de um protesto, nem do desejo de hostilizar Jesus, como escrevem tantos os comentadores. Esses fariseus, "alguns", estão cientes das conseqüências trágicas daquela manifestação desafiadora e subversiva a que estavam assistindo nas cercanias do poder local e romano. Poderia acontecer um grande tumulto dentro da cidade com o anuncio de um novo rei. E pior, poderia custar a vida destes que estavam iniciando o tumulto.

Paralelos entre Yeshua e a Beit Hillel a Casa de Estudo Farisaica de Cafarnaum:

Orar Pelos Inimigos
"se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele" (Testamento de Yosef XVIII.2) – Compare com Mateus 5:44

A Validade da Torá"Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é a menor letra da Torah, eles não seriam bem sucedidos" (Shir HaShirim Rabbah 5.11; Vayicrá Rabbah 19). "Nenhuma letra da Torá jamais será abolida" (Shemot Rabbah 6.1).
Compare com Mateus 5:17-18

A Misericórdia"Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórida do Céu" (Talmud - Shabbat 151b) – Compare com Mateus 5:7

O Cisco e a Trave"Eles falam 'Remova o cisco do seu olho?' Ele retrucará, 'Remova a trave do seu próprio olho" (Talmud - Baba Bathra 15b).
Compare com Mateus 7:3

O Que é Lícito no Shabat"É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por elas." Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel (os p'rushim que debatiam com Yeshua certamente eram da escola de Shammai): salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat 18.3; Tosefta Shabbat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15).
Compare com Marcos 3:4

O Shabat Feito para o Homem"o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat," (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de Hillel frequentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Sukkah 49b, Devarim Rabba em 16:18, etc.) .
Compare com Marcos 2:27

Exageros nos Rituais de PurificaçãoUm rabino da Beit Hillel, Yochanan ben Zakai, contemporâneo de Yeshua, disse: "Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que purifica."
Compare com Marcos 7

Salvação Pela GraçaOs rabinos da escola de Hillel também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: "Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça." (Tehillim Rabbah, 119:123).

A RessurreiçãoA Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da ressurreição dos mortos. Veja o que o rabino Gamaliel, neto de Hillel e contemporâneo de Yeshua, disse, referindo os Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot (Êxodo) 6:4, ". . .a terra que HaShem jurou dar aos seus pais," o argumento é lógico e convincente: "Os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente para receber a terra " (Talmud - Sanhedrin 90b). Compare com Lucas 20:37-38

O Banquete e o Malchut HaShamayimO rabino Yochanan ben Zakkai também conta parábola semelhante à de Yeshua, a respeito de convidados de um rei para o banquete Messiânico, ao comentar Yesha'yahu (Isaías) 65:13 e Eclesiastes 9:8 (vide Talmud – Shabbat 153a).

Sede Pacificadores e Amem Uns aos Outros"Sejam discípulos de Aaron, amando a paz e perseguindo a paz, amando as pessoas e as trazendo para perto da Torah" (m.Avot 1:12).
Compare com Mateus 5:9 e João 13:34

A Regra de OuroA "Regra de Ouro" de Hillel, o seu ensinamento mais famoso: "...e [Hillel] disse a ele "Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torah, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto." (b.Shab. 31a)
Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da Beit Hillel, é citada explicitamente por Yeshua conforme Mateus 7:12

E complementado o porquê de Yeshua ser um Fariseu, eu listo abaixo os versículos nos quais ele é chamado de Mestre pelos Fariseus e escribas.

Se alguem tiver o minimo de conhecimento de como são os Rabinos Ortodoxos de hoje, e sabendo que eles são descendentes filosóficos dos Fariseus, verão que tanto um quanto o outro somente se referenciaria à alguém como Mestre, se este fosse seu partidario, bem como convidar alguem para comer em suas casas se este não for de sua linha de pensamento, sendo assim Yeshua teria que ser Fariseu para ter tamanho aceitação e convivencia com os Fariseus, até mesmo por ter algumas vezes comido em suas casas.

Yeshua é chamado de Mestre por eles nos seguintes passagens: Mateus 8.19; 12.38; 22.16,24,36: Marcos 5.35; 12.32;

Em Lucas 11.45 eles se magoam com a repreensão daquele que eles chamam de Mestre, e em Lucas 19.39 pedem a intervensão de Yeshua para acalmar os ânimos de seus discípulos.

Vemos em Lucas 5.17 que Yeshua ensina na presença de Fariseus de várias partes de Israel com liberdade como em meio a amigos, partidários, e no fim no versículo 26 os Fariseus glorificam a D-us, mostrando que aceitaram aos ensinos e sinais de Yeshua, em Lucas 6.6-7 ensina numa sinagoga farisaica com liberdade novamente. em Lucas 19.47-20.1 vemos Yeshua ensinando livremente no Pátio do Templo, e isso somente é possivel aos escribas e Fariseus que dominavam o ensino no Templo na época, mostrando mais uma evidência do formação Farisaica de Yeshua.

E por fim o mais ilustre Fariseu da época, e membro do Sinédrio o Mestre Nicodemus, revela a sua admiração por aquele que ele chama de Mestre em João 3.2.

Espero ter ilucidado de uma forma Lógica o porquê de Yeshua ter sido um Fariseu.

Temos que nos atermos a todos os detalhes dos Evangelhos e em sua totalidade conceitual, para não tirarmos do contexto o que lá está exposto de maneira concisa e histórica.

Ao analisarmos o contexto conseguimos ver Yeshua Histórico mais humano do que divino, que teve que estudar e muito, para chegar ao nível intelectual que chegou, sem menosprezarmos a intervensão da Iluminação da Ruach HaKodesh ( Espirito Santo)que o capacitou após o batismo com sabedoria do Alto.

Mas vemos assim os traços de onde veio o seus argumentos e habilidade de manejar a Palavra, que em muito se assemelhava com os Sábios de sua época, principalmente os Sábios da Escola Farisaica de Hillel, avô de Gamaliel.

Vemos em Lucas 2:52 “E crescia Yeshua em sabedoria, e em estatura, e em graça para com D-us e os homens." isto quer dizer o que? que até no diante dos homens ele precisou subir degraus para ser considerado, vemos isso tambem em Hb 5:8 que diz: "Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.”, isso mostra que ele teve um trabalho arduo para aprender, sofrendo muitas vezes, mas como eu disse acima, não menosprezando a sabedoria do alto, mas dando ênfase à humanidade de Yeshua ele é um exemplo a ser seguido, como aluno aplicado e como o Mestre dos mestres.

Adaptado, acrescido e complementado por Metushelach Ben Levy
de Texto de Giliardi Rodrigues

A IGREJA PRIMITIVA ENSINAVA A TRINDADE?


De aproximadamente meados da morte do último discípulo, até o fim do segundo século DC, surgiram eclesiásticos que são hoje conhecidos por apologistas. Escreveram para defender o cristianismo, que eles conheciam, das filosofias hostis prevalecentes no mundo romano daquela época. Sua obra apareceu perto do fim, e depois, do período dos escritos dos Pais Apostólicos. 

Justino, o Mártir, Taciano, Atenágoras, Teófilo e Clemente, de Alexandria, estavam entre os apologistas que escreveram em grego. Tertuliano foi um apologista que escreveu em latim. Será que ensinavam a Trindade — três pessoas co-iguais (Pai, Filho e Espírito Santo) numa Divindade, cada pessoa um D-us verdadeiro, sem que haja, contudo, três D-uses, mas apenas um D-us? 

"O Filho É Subordinado" 

O Dr. H. R. Boer, em sua obra A Short History of the Early Church (Breve História da Primitiva Igreja), comenta o objetivo principal do ensino dos apologistas: 

"Justino [o Mártir] ensinou que antes da criação do mundo D-us estava sozinho e não existia nenhum Filho. . . . Quando D-us desejou criar o mundo, . . . gerou outro ser divino para criar o mundo para ele. Esse ser divino foi chamado . . . Filho, porque nasceu; foi chamado Logos, porque foi tomado da Razão ou Mente de D-us. . . . 

"Justino e os outros apologistas, portanto, ensinavam que o Filho é uma criatura. Ele é uma criatura elevada, uma criatura suficientemente poderosa para criar o mundo, mas, não obstante, uma criatura. Na teologia, esta relação do Filho com o Pai se chama subordinacionismo. O Filho é subordinado, isto é, secundário ao Pai, dependente dele e causado por ele. Os apologistas eram subordinacionistas."1 

A respeito do entendimento mais antigo sobre a relação do Filho com D-us, o Dr. Martin Werner, em sua obra The Formation of Christian Dogma (A Formação do Dogma Cristão), diz o seguinte: 

"Essa relação foi entendida inequivocamente como de 'subordinação', i.e., no sentido de subordinação de Cristo a D-us. Toda vez que no Novo Testamento se considera a relação de Jesus com D-us, o Pai, . . . ela é imaginada e representada categoricamente como subordinação. E o mais decisivo subordinacionista do Novo Testamento, segundo o relato sinóptico, foi o próprio Jesus . . . Essa posição original, firme e manifesta como era, pôde ser mantida por muito tempo. 'Todos os grandes teólogos pré-Nicéia representaram a subordinação do Logos a D-us.'"2 

Concordando com isso, R. P. C. Hanson, na obra The Search for the Christian Doctrine of God (A Busca da Doutrina Cristã Sobre D-us), declara: 

"Não há teólogo na Igreja Oriental ou Ocidental antes da erupção [no quarto século] da Controvérsia Ariana que de algum modo não considere o Filho subordinado ao Pai."3 

O Dr. Alvan Lamson, em The Church of the First Three Centuries (A Igreja dos Primeiros Três Séculos), acrescenta este testemunho a respeito do ensino das autoridades eclesiásticas antes do Concílio de Nicéia (325 DC): 

"A inferioridade do Filho foi geralmente, se não de modo uniforme, afirmada pelos Pais Pré-Nicéia . . . Que eles consideravam o Filho distinto do Pai é evidente do fato de que afirmavam claramente a inferioridade dele. . . . Eles o consideravam separado e subordinado."4 

Da mesma forma, no livro Gods and the One God (D-uses e o Único D-us), Robert M. Grant diz o seguinte sobre os apologistas: 

"A cristologia das apologias, como a do Novo Testamento, é essencialmente subordinacionista. O Filho é sempre subordinado ao Pai, que é o único D-us do Velho Testamento. . . . O que encontramos nesses autores antigos, pois, não é uma doutrina da Trindade . . . Antes de Nicéia, a teologia cristã era quase universalmente subordinacionista."5 

A Trindade supostamente cristã ensina que o Filho é igual a D-us, o Pai, em eternidade, poder, posição e sabedoria. Mas os apologistas diziam que o Filho não era igual a D-us, o Pai. Eles consideravam o Filho subordinado. Este não é o ensino da Trindade. 

Reflexo do Ensino do Primeiro Século 

Os apologistas e outros antigos Pais da Igreja refletiam em grande medida o que os cristãos do primeiro século ensinavam sobre a relação entre o Pai e o Filho. Note como isto é expresso no livro The Formation of Christian Dogma: 

"Na primitiva era cristã, não havia nenhum sinal de espécie alguma de problema ou controvérsia trinitária, como a que mais tarde produziu violentos conflitos na Igreja. A razão disso sem dúvida está em que, para o cristianismo primitivo, Cristo era . . . um ser do elevado mundo celestial de anjos, que foi criado e escolhido por D-us para a tarefa de trazer, no fim das eras, . . . o Reino de D-us."6 

Além disso, a respeito do ensino dos primitivos Pais da Igreja, The International Standard Bible Encyclopedia (Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão) admite: 

"No pensamento mais antigo da Igreja, a tendência, ao se falar sobre D-us, o Pai, é entender que Ele é primeiro, não como o Pai de Jesus Cristo, mas como a origem de todo ser. Assim, D-us, o Pai, é como que D-us por excelência. A Ele pertencem descrições tais como sem origem, imortal, imutável, inefável, invisível e incriado. Foi Ele quem fez todas as coisas, incluindo a própria matéria da criação, a partir do nada...
"Isto pode parecer sugerir que o Pai é o único devidamente D-us, e que o Filho e o Espírito o são apenas secundariamente. Muitas afirmações antigas parecem apoiar isto."

Embora esta enciclopédia passe a desacreditar essas verdades e a afirmar que a doutrina da Trindade era aceita naquela época antiga, os fatos negam essa afirmação. Considere as palavras do Cardeal John Henry Newman, famoso teólogo católico: 

"Admitamos que todo o círculo de doutrinas, das quais nosso Senhor é o tema, foi coerente e uniformemente confessado pela Primitiva Igreja . . . Mas certamente é diferente com a doutrina católica da Trindade. Não vejo em que sentido se pode dizer que há um consenso das primitivas [autoridades eclesiásticas] em seu favor 

 "Os Credos daquela época primeva não fazem menção . . . da [Trindade] de forma alguma. Fazem menção, sim, de um Três; mas quanto a existir algum mistério na doutrina, que os Três são Um, que Eles são co-iguais, co-eternos, todos incriados, todos onipotentes, todos incompreensíveis, não está declarado e jamais se poderia deduzir deles."8 

O Que Justino, o Mártir, Ensinava 

Um dos mais antigos apologistas foi Justino, o Mártir, que viveu de cerca de 110 a 165 DC. Nenhum de seus escritos existentes menciona três pessoas co-iguais em um só D-us. 

Por exemplo, segundo A Bíblia de Jerusalém, uma versão católica, Provérbios 8:22-30 diz a respeito do pré-humano Jesus: "Iahweh me criou, primícias de sua obra, de seus feitos mais antigos. . . . Quando os abismos não existiam, eu fui gerada . . . Antes das colinas, eu fui gerada . . . Eu estava junto com ele [D-us] como mestre-de-obras." Considerando estes versículos, Justino diz no seu Diálogo com Trífon: 

"A Escritura declara que essa Prole foi gerada pelo Pai antes de serem criadas todas as outras coisas; e que aquilo que é gerado é numericamente distinto daquele que gera, isso qualquer pessoa admitirá."9 

Visto que o Filho nasceu de D-us, Justino usa, de fato, a expressão "D-us" com relação ao Filho. Ele declara na sua Primeira Apologia: "O Pai do universo tem um Filho; que, também, sendo o primogênito Verbo de D-us, é D-us mesmo."10 

A Bíblia também se refere ao Filho de D-us pelo título de "D-us". Em Isaías 9:6, ele é chamado "D-us Poderoso". Mas, na Bíblia, anjos, humanos, D-uses falsos e Satanás também são chamados "D-uses". (Anjos: Salmo 8:5; compare com Hebreus 2:6, 7. Humanos: Salmo 82:6. D-uses falsos: Êxodo 12:12; 1 Coríntios 8:5. Satanás: 2 Coríntios 4:4.) Nas Escrituras Hebraicas, a palavra para "D-us", ´El, simplesmente significa "Poderoso" ou "Forte". Nas Escrituras Gregas, o equivalente é the•ós. 

Além disso, o termo hebraico usado em Isaías 9:6 mostra uma distinção definida entre o Filho e D-us. Ali, o Filho é chamado "D-us Poderoso", ´El Gib•bóhr, não "D-us Todo-Poderoso". Esse termo em hebraico é ´El Shad•daí, e aplica-se unicamente a Iahweh, o Pai. 

Note, porém, que, ao passo que Justino chama de "D-us" ao Filho, nunca diz que o Filho seja um de três pessoas iguais, sendo cada um deles D-us, mas formando os três apenas um D-us. Em vez disso, ele diz em seu Diálogo com Trífon: 

"Há . . . outro D-us e Senhor [o pré-humano Jesus] sujeito ao Criador de todas as coisas [D-us Todo-Poderoso]; que [o Filho] é chamado também de Anjo, porque Ele [o Filho] anuncia aos homens o que quer que o Criador de todas as coisas — acima de quem não há outro D-us — deseja que lhes anuncie. . . . 

"[O Filho] é distinto Daquele que fez todas as coisas, — numericamente, quero dizer, não [distinto] na vontade."11 

Há uma passagem interessante na Primeira Apologia de Justino, no capítulo 6, em que ele faz uma defesa contra a acusação da parte dos pagãos de que os cristãos são ateístas. Ele escreve: 

"Tanto Ele [D-us] como o Filho (que se originou Dele e nos ensinou estas coisas, e a hoste de outros anjos bons que o seguem e são feitos semelhantes a Ele), e o Espírito profético, veneramos e adoramos."12 
Um tradutor desta passagem, Bernhard Lohse, comenta: "Como se não bastasse que nesta enumeração os anjos sejam mencionados como seres honrados e adorados por cristãos, Justino não hesita em citar anjos antes de mencionar o Espírito Santo".13 — Veja também An Essay on the Development of Christian Doctrine (Ensaio Sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã).14 

Assim, ao passo que Justino, o Mártir, parece ter-se desviado da doutrina pura da Bíblia na questão sobre quem deve ser objeto de adoração por parte do cristão, ele claramente não considerava o Filho igual ao Pai, assim como os anjos não eram considerados iguais a Ele. A respeito de Justino, citamos de novo da obra de Lamson, The Church of First Three Centuries: 

"Justino considerava o Filho distinto de D-us, e inferior a ele: distinto, não no sentido moderno, como se formasse uma das três hipóstases, ou pessoas, . . . mas distinto na essência e na natureza; com subsistência real, substancial, distinta de D-us, de quem ele derivou todos os seus poderes e títulos; constituído debaixo dele, e sujeito à vontade dele em todas as coisas. O Pai é supremo; o Filho é subordinado: o Pai é a fonte do poder; o Filho, o recipiente: o Pai origina; o Filho, como seu ministro ou instrumento, executa. Eles são dois em número, mas concordam, ou são um, na vontade; a vontade do Pai sempre prevalece sobre a do Filho."15 

Além disso, em parte alguma diz Justino que o espírito santo seja uma pessoa igual ao Pai e ao Filho. Portanto, em nenhum sentido se pode dizer honestamente que Justino ensinava a Trindade conforme é ensinada atualmente nas igrejas que se dizem cristãs. 

O Que Clemente Ensinava 

Clemente, de Alexandria, (c. 150 a 215 DC) também chama o Filho de "D-us". Ele até mesmo o chama de "Criador", um termo nunca usado na Bíblia com referência a Jesus. Queria ele dizer que o Filho era igual em todos os sentidos ao todo-poderoso Criador? Não. Clemente referia-se evidentemente a João 1:3, onde diz a respeito do Filho: "Todas as coisas vieram à existência por intermédio dele."16 D-us usou o Filho como agente nas Suas obras criativas. — Colossenses 1:15-17. 

Clemente chama o Supremo D-us de "o D-us e Pai de nosso Senhor Jesus",17 e diz que "o Senhor é o Filho do Criador".18 Ele diz também: "O D-us de todos é apenas um Criador bom e justo, e o Filho [está] no Pai."19 Portanto, ele escreveu que o Filho tem um D-us acima dele. 

Clemente fala a respeito de D-us como o "primeiro e único provedor da vida eterna, que o Filho, que a recebeu Dele [D-us], nos dá."20 O Doador da vida eterna é claramente superior àquele que, por assim dizer, é o transmissor. Assim, Clemente diz que D-us "é o primeiro, e o mais elevado".21 Além do mais, ele diz que o Filho "está mais próximo Daquele que é unicamente o Todo-Poderoso" e que o Filho "pede todas as coisas em harmonia com a vontade do Pai".22 Vez após vez, Clemente mostra a supremacia do D-us Todo-Poderoso sobre o Filho. 

A respeito de Clemente, de Alexandria, lemos o seguinte em The Church of the First Three Centuries: 

"Poderíamos citar numerosas passagens de Clemente em que a inferioridade do Filho é distintamente afirmada. . . . 

"Ficamos espantados de que qualquer pessoa que leia Clemente com atenção normal possa imaginar por um único instante que ele considerasse o Filho numericamente idêntico — um — com o Pai. Sua natureza dependente e inferior, conforme se parece a nós, é reconhecida em toda a parte. Clemente acreditava que D-us e o Filho eram numericamente distintos; em outras palavras, dois seres — um supremo, o outro subordinado."23 

Além disso, pode-se dizer de novo: mesmo que às vezes Clemente pareça ir além daquilo que a Bíblia diz a respeito de Jesus, em parte alguma fala de uma Trindade composta de três pessoas iguais em um só D-us. Apologistas como Taciano, Teófilo e Atenágoras, que viveram entre a época de Justino e a de Clemente, tinham conceitos similares. Lamson diz que "não eram melhores trinitaristas do que o próprio Justino; isto é, não acreditavam num Três indivisível, co-igual, mas ensinavam uma doutrina totalmente inconciliável com essa crença".24 

A Teologia de Tertuliano 

Tertuliano (c. 160 a 230 DC) foi o primeiro a usar a palavra latina trinitas. Conforme observado por Henry Chadwick, Tertuliano propôs que D-us é 'uma substância que consiste em três pessoas'.25 Isto não significa, porém, que tivesse em mente três pessoas co-iguais e co-eternas. Entretanto, suas idéias foram usadas como ponto de partida por escritores posteriores que elaboravam a doutrina da Trindade. 

O conceito de Tertuliano sobre Pai, Filho e espírito santo era bem diferente da Trindade da cristandade, pois ele era subordinacionista. Ele considerava o Filho subordinado ao Pai. Na obra Against Hermogenes (Contra Hermógenes), ele escreveu: 

"Não devemos supor que haja algum outro ser, exceto unicamente D-us, que seja não gerado e incriado. . . . Como pode algo, exceto o Pai, ser mais velho, e por isso deveras mais nobre, do que o Filho de D-us, o Verbo unigênito e primogênito? . . . Esse [D-us] que não precisou de um Criador para lhe dar existência, será muito mais elevado em categoria do que [o Filho] que teve um autor que o trouxe à existência."26 
Também, na obra Against Praxeas, ele mostra que o Filho é diferente do Todo-Poderoso D-us e é subordinado a ele, ao dizer: 

"O Pai é a inteira substância, mas o Filho é uma derivação e parcela do todo, conforme Ele Próprio reconhece: 'Meu Pai é maior do que eu.' . . . Assim, o Pai é distinto do Filho, sendo maior do que o Filho, visto que um é Aquele que o gera e outro Aquele que é gerado; também, um é Aquele que envia, e outro Aquele que é enviado; e, além disso, Aquele que cria é um, e Aquele por meio de quem a coisa é feita é outro."27 

Tertuliano, em Against Hermogenes, declara além disso que houve tempo em que o Filho não existia como pessoa, mostrando que ele não considerava o Filho um ser eterno no mesmo sentido que D-us era.28 O Cardeal Newman disse: "Tertuliano deve ser considerado heterodoxo [crente em doutrinas não ortodoxas] na doutrina sobre a geração eterna de nosso Senhor."29 A respeito de Tertuliano, Lamson declara: 

"Essa razão, ou o Logos, como foi chamado pelos gregos, foi mais tarde, segundo acreditava Tertuliano, mudado para o Verbo, o Filho, isto é, um ser real, tendo existido desde a eternidade apenas como um atributo do Pai. Tertuliano atribuiu a ele, porém, uma categoria subordinada ao Pai . . . 

"A julgar por qualquer explicação geralmente aceita da Trindade da atualidade, seria inútil tentar salvar Tertuliano da condenação [como herege]. Ele não suportaria o teste nem sequer um momento."30 

Não Há Trindade 

Se lesse todas as palavras dos apologistas, descobriria que, embora se tenham desviado em alguns pontos dos ensinos da Bíblia, nenhum deles ensinava que o Pai, o Filho e o espírito santo eram co-iguais em eternidade, poder, posição e sabedoria. 

O mesmo se dá também com respeito a outros escritores do segundo e terceiro séculos, tais como Irineu, Hipólito, Orígenes, Cipriano e Novaciano. Embora alguns tenham igualado o Pai e o Filho em certos respeitos, em outros eles consideravam o Filho subordinado a D-us, o Pai. E nenhum deles sequer especulou que o espírito santo fosse igual ao Pai e ao Filho. Por exemplo, Orígenes (c. 185 a 254 EC) declara que o Filho de D-us é "o Primogênito de toda a criação" e que as Escrituras "conhecem a Ele como a mais antiga das obras de criação".31 

Uma leitura objetiva dessas antigas autoridades eclesiásticas mostra que a doutrina da Trindade, ensinada atualmente pelos líderes das igrejas que se dizem cristãs, não existia no seu tempo. Conforme diz a obra The Church of the First Three Centuries: 
"A moderna doutrina popular da Trindade . . . não deriva apoio da linguagem de Justino: e esta observação pode ser estendida a todos os Pais Pré-Nicéia; isto é, a todos os escritores cristãos durante três séculos após o nascimento de Cristo. É verdade que falam do Pai, do Filho e do Espírito profético ou santo, mas não como co-iguais, não como uma só essência numérica, não como Três em Um, sentidos hoje aceitos pelos trinitaristas. O diametralmente oposto é a realidade. A doutrina da Trindade, segundo explicada por esses Pais, era essencialmente diferente da doutrina moderna. Isto afirmamos como fato tão irrefutável como qualquer fato da história das opiniões humanas."32 

Na realidade, antes de Tertuliano, a Trindade nem sequer era mencionada. E a Trindade "heterodoxa" de Tertuliano era muito diferente daquilo que se crê hoje. Como, então, se desenvolveu a doutrina da Trindade, segundo se entende hoje? Foi no Concílio de Nicéia, em 325 EC? 

Referências: 

1. A Short History of the Early Church, de Harry R. Boer, 1976, página 110. 
2. The Formation of Christian Dogma, de Martin Werner, 1957, página 125. 
3. The Search for the Christian Doctrine of God, de R. P. C. Hanson, 1988, página 64. 
4. The Church of the First Three Centuries, de Alvan Lamson, 1869, páginas 70-1. 
5. Gods and the One God, de Robert M. Grant, 1986, páginas 109, 156, 160. 
6. The Formation of Christian Dogma, páginas 122, 125. 
7. The International Standard Bible Encyclopedia, 1982, Volume 2, página 513. 
8. An Essay on the Development of Christian Doctrine, do Cardeal John Henry Newman, Sexta Edição, 1989, páginas 14-18. 
9. The Ante-Nicene Fathers, editado por Alexander Roberts e James Donaldson, Reimpressão Americana da Edição de Edimburgo, 1885, Volume I, página 264. 
10. Ibid., página 184. 
11. Ibid., página 223. 
12. Ibid., página 164. 
13. A Short History of Christian Doctrine, de Bernhard Lohse, traduzido do alemão para o inglês por F. Ernest Stoeffler, 1963, segunda edição em brochura, 1980, página 43. 
14. An Essay on the Development of Christian Doctrine, página 20. 
15. The Church of the First Three Centuries, páginas 73-4, 76. 
16. The Ante-Nicene Fathers, Volume II, página 234. 
17. Ibid., página 227. 
18. Ibid., página 228. 
19. Ibid. 
20. Ibid., página 593. 
21. Ibid. 
22. Ibid., página 524. 
23. The Church of the First Three Centuries, páginas 124-5. 
24. Ibid., página 95. 
25. The Early Church, de Henry Chadwick, impressão de 1980, página 89. 
26. The Ante-Nicene Fathers, Volume III, página 487. 
27. Ibid., páginas 603-4. 
28. Ibid., página 478. 
29. An Essay on the Development of Christian Doctrine, páginas 19, 20. 
30. The Church of the First Three Centuries, páginas 108-9. 
31. The Ante-Nicene Fathers, Volume IV, página 560. 
32. The Church of the First Three Centuries, páginas 75-6. 

• Não surpreende que os Trinitaristas não gostem da versão apresentada na Tradução do Novo Mundo. Mas João 1:1 não foi falsificado a fim de provar que Jesus não é o D-us Todo-poderoso. As Testemunhas de Jeová, entre muitos outros, já objetavam a usar "D-us" com letra maiúscula muito antes de surgir a Tradução do Novo Mundo, que se empenha em traduzir com exatidão a língua original. De modo similar, cinco tradutores da Bíblia, alemães, usam a expressão "um D-us" naquele versículo. Pelo menos 13 outros usaram expressões tais como "da espécie divina" ou "da sorte semelhante a D-us". Essas traduções concordam com outros trechos da Bíblia para mostrar que Jesus, no céu, é sim um D-us, no sentido de ser divino. Mas Jeová e Jesus não são o mesmo ser, o mesmo D-us. — João 14:28; 20:17.


Em João 1:1 ocorre duas vezes o substantivo grego the•ós (D-us). A primeira ocorrência se refere ao D-us Todo-poderoso, com quem a Palavra estava ("e a Palavra [ló?gos] estava com D-us [uma forma de the?ós]"). Este primeiro the?ós é precedido pela palavra ton (o), uma forma do artigo definido grego que aponta para uma identidade distinta, neste caso o D-us Todo-poderoso ("e a Palavra estava com o D-us").


Por outro lado, não existe artigo antes do segundo the?ós, em João 1:1. Assim, uma tradução literal seria "e D-us era a Palavra". Todavia, temos visto que muitas versões traduzem este segundo the?ós (um substantivo predicativo) como "divino", "semelhante a D-us", ou "um D-us". Com que autoridade fazem isso?


A língua grega coiné tinha artigo definido ("o"), mas não tinha artigo indefinido ("um"). Assim, quando um substantivo predicativo não é precedido por artigo definido, pode ser indefinido, dependendo do contexto.


A Revista de Literatura Bíblica diz que expressões "com um predicativo anartro [sem artigo] precedendo ao verbo, têm primariamente sentido qualificativo". Como diz a Revista, isto indica que o ló?gos pode ser assemelhado a um D-us. Diz também a respeito de João 1:1: "A força qualitativa do predicado se destaca tanto que o substantivo [the?ós] não pode ser considerado como determinativo."


Assim, João 1:1 destaca a qualidade da Palavra, que ela era "divina", "semelhante a D-us", "um D-us", mas não o D-us Todo-poderoso. Isto se harmoniza com o restante da Bíblia, que mostra que Jesus, ali chamado de "a Palavra" em seu papel de Porta-voz de D-us, era um subordinado obediente enviado à terra por seu Superior, o D-us Todo-poderoso.


Há muitos outros versículos bíblicos nos quais quase todos os tradutores em outras línguas coerentemente inserem o artigo "um" ao traduzirem sentenças gregas com a mesma estrutura. Por exemplo, em Marcos 6:49, quando os discípulos viram Jesus andar sobre a água, a versão Almeida, atualizada (ALA), diz: "Pensaram tratar-se de um fantasma." No grego coiné não existe "um" antes de fantasma. Mas, quase todas as traduções em outras línguas acrescentam "um" para que a tradução se ajuste ao contexto. Do mesmo modo, visto que João 1:1 mostra que a Palavra estava com "D-us", a Palavra não podia ser D-us, mas sim "um D-us", ou "divina".


Joseph Henry Thayer, teólogo e perito que trabalhou na American Standard Version (Versão Padrão Americana), diz simplesmente: "O Logos era divino, não o próprio Ser divino." E o jesuíta John L. McKenzie escreveu em seu Dictionary of the Bible (Dicionário da Bíblia): "Jo 1:1 deve rigorosamente ser traduzido . . . 'a palavra era um ser divino'."

o 3 meses atrás 

Fonte(s):
Note, também, como outras versões traduziram esta parte do versículo:


1808: "e a palavra era um D-us." The New Testament in an Improved Version, Upon the Basis of Archbishop Newcome's New Translation: With a Corrected Text.


1864: "e um D-us era a palavra." The Emphatic Diaglott, versão interlinear, de Benjamin Wilson.


1928: "e a Palavra era um ser divino." La Bible du Centenaire, L'Evangile selon Jean, de Maurice Goguel.


1935: "e a Palavra era divina." The Bible—An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J. Goodspeed.


1946: "e a Palavra era de espécie divina." Das Neue Testament, de Ludwig Thimme.


1950: "e a Palavra era [um] D-us." Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs.


1958: "E a Palavra era um D-us." The New Testament, de James L. Tomanek.


1975: "e um D-us (ou: da espécie divina) era a Palavra." Das Evangelium nach Johannes, de Siegfried Schulz.


1978: "e da sorte semelhante a D-us era o Logos." Das Evangelium nach Johannes, de Johannes Schneider.

FONTE: www.judeu-autonomo.blogspot.com