"DOM DE LÍNGUAS" - UMA VISÃO PRÁTICA
Fonte: http://biblia.com.br/perguntas-biblicas/dons-espirituais/dom-de-linguas-cd/
O Dom de Línguas tem sido incompreendido pelos sinceros irmãos da
atualidade. Há mesmo quem afirme que os que não falam em “Língua
Estranha” são crentes incompletos, cristãos de Segunda classe.
Asseguram
outros que a única prova de ser batizado com o Espírito Santo é falar
“Língua Estranha”.
1. DEFINIÇÃO: Segundo a Bíblia, Dom de Língua é a capacidade de falar
outra língua conhecida, com o objetivo de anunciar as Boas Novas da
salvação em cristo ao mundo.
Mateus 28:19,20 diz que devemos “ensinar as pessoas a guardarem todas
as coisas”… Observe que para ensinar é indispensável conhecer a língua
falada do estrangeiro. “A manifestação do Espírito é concedida a cada um
visando a um fim proveitoso”(1 Cor.12:7).Concluímos obviamente, que o
falar em língua tem que ter uma utilidade, tem que ser ao menos
inteligível. Esta experiência autêntica aconteceu com os discípulos por ocasião do Pentecostes.
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas
entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam
habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as
nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a
multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia
falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam,
dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão
falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua
materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia,
Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e
das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui
residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os
ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus? (Atos
2:1-11 RA).
O Relato mostra que o Dom de Línguas foi dado para evangelizar. No
verso 6 declara que “cada um ouvia falar na sua própria língua” e no
verso 8 ainda confirma: “e como os ouvimos falar cada um em nossa
própria língua materna?” E pela terceira vez exclamaram os estrangeiros:
“como os ouvimos falar em nossa própria língua as grandezas de Deus
?(Verso 11).
Havia naquele lugar mais de 16 nações diferentes. Os Apóstolos não
tinham tempo e nem uma escola para aprenderem todos aqueles idiomas.
Você percebeu? Houve uma “NECESSIDADE” de pregar o evangelho; por isso, o
Senhor deu-lhes o dom. Note que os discípulos não falaram palavras ou
sílabas sem sentido. Eram compreendidos em outros idiomas.
Há 2 aspectos importantes ao analisarmos o Dom de Línguas em Atos 2:
a) Teve um propósito de evangelizar os estrangeiros. A finalidade era
a edificação dos crentes e o desenvolvimento da causa de Deus;
b) Foi compreendido por todos. Não eram expressões ininteligíveis ou que provinha de algum êxtase sentimental descontrolado.
Atos 2:22-36- A mensagem de Pedro centralizava-se em Jesus.
Atos 2:41- Observe que houve resultados. Batizaram-se 3.000 pessoas.
Vejamos o texto de 1 Coríntios 14:6-9 RA:
Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras
línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de
revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? É assim que
instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem sons,
se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na
flauta ou cítara? Pois também se a trombeta der som incerto, quem se
preparará para a batalha? Assim, vós, se, com a língua, não disserdes
palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis
como se falásseis ao ar.
Paulo continua enfatizando a necessidade de expressar-se de maneira
inteligível. “Assim vós, se com a língua não disserdes palavras
compreensíveis, como se entenderá o que dizeis? Porque estaríeis como
se falásseis ao ar”.(Ler também l Cor. 14: 18,19,23.).
Concluindo, diríamos que o dom de línguas é um dom válido desde que a
língua seja inteligível, compreensível. Este Dom não pode ser usado
para orgulho pessoal. O dom de línguas é concedido para evangelizar
outras pessoas de outras nações que não conhecem a Cristo.
2. A Bíblia apresenta seis regras a serem seguidas quanto ao Dom de Línguas:
a) No máximo 3 pessoas devem falar;
b) “E isto sucessivamente”.(Verso 27). Isto é, um de cada vez, não dez ou vinte falando numa só vez;
c) Deveria haver tradutor. (intérprete) –l Cor.14:28.
d) É entendido por todos. (Atos 2:9-12).
e) Edifica a Igreja (l Cor. 14:5,26).
f) É enriquecido pelo amor ( l Cor. 13:1e 9).
Os Cristãos de hoje ferem estas seis regras frontalmente. Em muitas
congregações, por exemplo, há certo número de pessoas e todos querem
falar ao mesmo tempo. Não pode haver intérpretes porque os que falam não
sabem o que estão falando.
OBSERVAÇÃO: Porque utilizar o dom de língua no Brasil se todos falam o português?
Em l Cor. 14:33,40 diz que “Deus não é de confusão e sim de ordem e
paz. A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade.
Havendo muito barulho choca os sentidos.(Leia Mateus 6:6 e Salmo
139:1-6). Deus não é surdo.
3. O Espírito Santo somente é concedido aos que “OBEDECEM” ( Atos
5:32). Será que os que se dizem possuidores do Espírito Santo guardam
todos os mandamentos de Deus? (Veja Tiago 2:10).
4. O fato de alguém falar em línguas não é prova de ser batizado com o
Espírito Santo. A bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o
Espírito Santo, contudo, não falaram em línguas. São elas:
Os samaritanos.(Atos 8:17);
A virgem Maria.(Lucas 1:35);
Estêvão.(Atos 6:5;7:55.);
Saul, o primeiro rei de Israel.(l Samuel 10:10);
Gideão, juiz de Israel (Juizes 6:34);
Sansão, outro juiz (Juizes 15:14);
Zacarias, pai de João batista. (Lucas 1:67);
Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3);
João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41);
Os sete diáconos.(Atos 6:1-7);
Jesus Cristo (Lucas 3:22).
Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Será que ele não tinha o
Espírito Santo? Claro que tinha! Ele não usou este Dom porque não havia
“necessidade”.
Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o
Espírito. É ir contra a soberania do Espírito Santo, pois somente ele é
quem distribui os Dons como ele quer.(l Cor. 12:11).
5. O termo “Língua dos Anjos” só aparece em l Cor. 13:1, quando Paulo
assim diz: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não
tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine”.
Paulo está apenas salientando que mais importante do que falar língua
dos homens e dos anjos, é ter amor. Não está afirmando que esta
manifestação estranha de língua seria Língua dos Anjos.
Observe que sempre que os anjos se comunicam com os homens, falam o idioma dos homens. Exemplos:
Os anjos falam a língua de Ló.(Gênesis 19:15)
Anjos falaram a língua dos pastores. (Lucas 2:8-14)
Falaram a língua de Maria.(Lucas 1:26-28). Etc…
6. Em Marcos 16:17 diz: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que
crêem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas”. O que
significa falar uma nova língua na bíblia? O texto original grego
responde.
Há duas palavras gregas diferentes para descrever nova língua: NÉOS e KAINÓS.
• NÉOS é novo no sentido de “tempo”, recente. Não existia antes.
• KAINÓS é novo na forma ou na “qualidade”. Algo que já existia.
Exemplo: A pessoa tinha um carro ano 71 e trocou por um ano 90. Para a
pessoa que comprou, o carro é novo; significa novo na “experiência”,
pois o carro já existia. Assim é o Dom de línguas. Para a pessoa que
aprendeu a nova língua é nova (Kainós), mas o idioma já existia, já era
falado por um grupo de pessoas. Só para a pessoa que aprendeu o novo
idioma é novo ( Kainós).
Em Marcos 16:17 a palavra grega usada é KAINÓS e não NEÓS. Isto
significa que Jesus prometeu aos seus discípulos falarem novas línguas
que já existiam e não uma nova língua desconhecida até então.
No ano de 1955 na cidade de Malacacheta (MG), aconteceu um fato que
merece nossa análise. Estavam reunidas em uma igreja, dezoito pessoas
falando em “línguas”. De repente, tomados por um êxtase, investiram e
mataram cerca de 4 crianças. Será que este espírito que possuiu aquelas
pessoas era o Espírito de Deus? Claro que não! (Veja Gálatas 5:22-23).
Certa vez um pastor foi em um culto desses para “testar” se realmente
aqueles cristãos entendiam o que estavam dizendo. No decorrer do culto,
recitou o salmo 23 em grego. Um dos membros daquela igreja levantou-se e
foi “interpretar” o que o pastor falou. Disse que Deus estava pedindo
para que todos entregassem o coração a Jesus, sendo que o pastor apenas
falou o salmo 23 em grego, e ainda por três vezes! Imagine que “balde de
água fria” foi para a congregação quando o pastor disse a todoso
verdadeiro significado das palavras, e que o suposto tradutor estava
mentindo.
CONCLUSÃO: A língua falada é um sistema de linguagem em que os seres
humanos dotados de inteligência se comunicam e se entendem
perfeitamente. As línguas estranhas faladas hoje por muitos nada tem em
comum com as mais de 3.000 línguas e dialetos existentes na terra. Por
conseguinte, não possui valor nenhum para a identificação inteligente da
fé Cristã.
Texto elaborado pelos conselheiros e instrutores da Escola Biblica da Novo Tempo.